Há 30 anos, em 15 de
janeiro de 1985, o Congresso Nacional elegia Tancredo Neves, primeiro
presidente civil do Brasil após 20 anos de regime militar. O fato é
considerado um dos mais importantes da história recente do país e
influencia o modelo de democracia brasileiro até hoje, na opinião de
estudiosos e políticos. "Hoje, estamos vivendo o aniversário de 30 anos
do fato político mais importante da história do Brasil", define o
senador Pedro Simon (PMDB-RS), que já estava na vida pública, no antigo
MDB, partido de Tancredo, quando ocorreu a eleição.
Para Simon, foi o
fato mais importante, porque foi o primeiro que partiu de um movimento
popular (o das Diretas-Já) e obrigou o regime militar a ceder. Segundo o
senador gaúcho, em outros eventos históricos importantes, como a
Independência, a Proclamação da República e a criação da Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT), a iniciativa partiu de quem já estava no
Poder e não foi motivada por levantes populares. "O movimento com
participação do povo, que o povo fez, pelo qual o povo lutou e é obra do
povo é o das Diretas-Já. Foi nesse movimento que tudo começou."
O secretário-geral da Mesa Diretora da
Câmara dos Deputados, Mozart Viana, já trabalhava na Casa quando
Tancredo Neves foi eleito. Ele concorda com Simon quanto à importância
do Movimento das Diretas-Já para que um presidente civil fosse o
escolhido. "Ali, os militares perceberam que teriam de fazer a transição
e que não seria mais possível manter o regime", afirmou. Próximo da
aposentadoria, Mozart ainda se lembra do clima nos corredores da Câmara
nos dias que antecederam a escolha de Tancredo. "As eleições diretas
perderam por poucos votos – apesar de o Congresso Nacional ter sido
sitiado no dia da votação e os militares terem cercado o prédio, a
Emenda Dante de Oliveira (que reinstituia eleições diretas para a
Presidência da República) perdeu por pouquíssimos votos –, o que
fortaleceu a oposição. Então, houve migração de muitos deputados da base
aliada da época para a oposição. Foi o que permitiu a eleição do doutor
Tancredo."
Na avaliação do sociólogo e professor da Universidade de Brasília Elimar Nascimento, a eleição de Tancredo Neves foi fruto de um "pacto conservador". Segundo ele, os moderados da oposição conseguiram ampliar o diálogo com os moderados da situação e alcançaram um acordo que propiciou a chapa com Tancredo e o senador maranhense José Sarney (PMDB). "A eleição de Tancredo significou a forma possível, naquela época, de sairmos da ditadura militar por meio de um pacto entre moderados. Foi uma saída do regime militar de maneira conservadora", avalia.
Na avaliação do sociólogo e professor da Universidade de Brasília Elimar Nascimento, a eleição de Tancredo Neves foi fruto de um "pacto conservador". Segundo ele, os moderados da oposição conseguiram ampliar o diálogo com os moderados da situação e alcançaram um acordo que propiciou a chapa com Tancredo e o senador maranhense José Sarney (PMDB). "A eleição de Tancredo significou a forma possível, naquela época, de sairmos da ditadura militar por meio de um pacto entre moderados. Foi uma saída do regime militar de maneira conservadora", avalia.
Bahia Econômica
Nenhum comentário:
Postar um comentário