Enviado por Míriam Leitão
A CBN -EXCLUSIVO
Lei das domésticas: flexibilizar sim, tirar direitos não
O governo comemorou a lei das domésticas, mas ainda
não regulamentou alguns pontos. As sugestões foram entregues ao senador
Romero Jucá, para ele fazer a regulamentação, mas a primeira coisa que
fez foi tentar reduzir direitos, o que é uma insensatez.
Se a lei é
para garantir e igualar direitos, como pode pensar nisso? Ele chegou a
falar em reduzir a multa para demissão sem justa causa de 40% para 5%,
mas o governo não pensou até agora em reduzir a contribuição
previdenciária ou propor uma contribuição escalonada, como sugeriu o
especialista José Pastore.
Se for reduzida a contribuição patronal
para o INSS, é o governo que perde. Se a multa for reduzida, é o
empregado. O governo pode subsidiar sim essa parte porque já faz muito
isso. Pode abrir mão de impostos para tornar a situação mais leve para o
empregador, mas não tirar direitos dos trabalhadores.
A manchete
de hoje do "Globo" fala que o governo está propondo ao Congresso uma
jornada de trabalho mais flexível para os empregados domésticos. Há
ideias boas nessa proposta, como a possibilidade de mais horas extras
por dia e um banco de horas. No caso dos cuidadores de idosos, a jornada
poderia ser de 12 horas corridas de serviço, com folga de 36. Isso dá
mais flexibilidade para a negociação entre o empregador e o empregado,
que pode aceitar ou não.
O que não se pode fazer é tirar direitos.
A ideia inicial do Jucá era muito ruim. A proposta do governo, agora,
de oferecer a possibilidade de flexibilização da jornada, para que haja
uma negociação entre as duas partes, é boa.
Acho que está faltando
o governo fazer a sua parte, talvez reduzir o custo, abrindo mão de
impostos para ficar mais fácil e incentivar a formalização do emprego
doméstico.
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